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Exposição mostra a trajetória do “Leão do Norte”, das lutas libertárias  ao uso em marcas e produtos: “Um Leão na Paisagem”

A exposição “Um Leão na Paisagem”, que celebra o lançamento do livro homônimo da designer Gisela Abad, está  em cartaz no Museu da Cidade do Recife até o dia 3 de novembro, encantando os interessados em mergulhar na história de Pernambuco.

A exposição e o livro são fruto de uma intensa pesquisa sobre a origem e a trajetória do “Leão do Norte”, símbolo da bravura do povo pernambucano, e que está presente em brasões do estado, da cidade também na bandeira da capital pernambucana. Até mesmo na música, como em “Sou de Pernambuco” (Raul Moraes, 1930) e em “Leão do Norte (Lenine, 1993).

Ao lembrar que “Pernambuco é conhecido como o Leão do Norte”, tanto o livro quanto a mostra questionam porque um animal que nunca constou na nossa paisagem se faz presente no imaginário popular ao longo dos séculos. “Em Pernambuco, no Brasil e nas Américas, nunca houve leões na paisagem. Na caatinga e no Sertão, os felinos selvagens são a onça, a jaguatirica e os gatos do mato”, lembra Gisela. “Pernambuco fica no Nordeste. Então, que leão era esse? Por que do Norte?”. Após percorrer a história e mostrar como o leão surgiu e se impôs – inclusive através de movimentos libertários no estado – Gisela mostra, no seu livro, o resultado da análise que fez após examinar um século de documentos sobre registros de marcas na Junta Comercial de Pernambuco. O período analisado foi de 1886 a 1996.


E aí, faz novo recorte, dessa vez de 1886 a 1926, em que se debruça em rótulos, produtos, empresas que usam o “Leão” como marca. O animal aparece designando refinaria, padaria, sabão, bolacha, cigarros, fábrica de cadeiras e vários outros produtos. O “Leão” ilustra até mesmo marca de loja sofisticada de moda, embora não constasse no nome da empresa, como foi o caso da “Louvre”. No livro, Gisela associa a presença do “Leão do Norte” em marcas e produtos ao contexto histórico da época, indicando origens na heráldica (estudo dos brasões) e na semiótica (estudo dos significados).

O resultado da investigação é curioso. Primeiro, ela associa a presença tão forte do “Leão” em marcas de produtos pernambucanos, à “lusofobia” registrada no século XIX, “quando a emergente classe média urbana, em crescente número, encontrava-se excluída do mercado de trabalho predominantemente ocupada por portugueses”, diz. “Alguns comerciantes e industriais procuravam contornar a hostilidade, adotando nomes para seus negócios que refletiam identidades regionais ou nacionais, atribuindo ao Leão do Norte, uma nova característica, a de vendedor”, reforça.



Mais curioso, ainda, é que à medida que o Leão assume o papel de “garoto propaganda”, vai deixando de ser “guerreiro, insurreto, agressivo” para ser transfigurado em um signo “cordato, amigo, domesticado, amestrado”. Em alguns casos, até lembra “um gatinho”. O livro foi publicado pela Lei Paulo Gustavo, via Prefeitura do Recife. Por esse motivo, não será comercializado, mas distribuído a convidados (por ordem de chegada) e instituições educativas.  A exposição fica em cartaz até 27 de outubro, no Museu da Cidade do Recife, instalado no Forte das Cinco Pontas, que é um equipamento cultural da Prefeitura.

LIVRO – A publicação foi lançada no Museu da Cidade do Recife no último dia 31 de agosto, dia em que também foi aberta a exposição. O livro foi distribuído entre os presentes no lançamento e não será comercializado. A verão em PDF está disponível no Instagram da autora Gisela Abad (perfil @gisela2abad) e ao clicar AQUI.

SERVIÇO
Exposição “Um Leão na Paisagem”, de Gisela Abad
Em cartaz até 03/11
No Museu da Cidade do Recife
Visitação:
de quarta a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados e domingos, das 10h às 16h (obs: no dia 02/11 o Museu estará fechado).

Gratuito

By | 2024-10-12T15:22:10-03:00 12 de outubro de 2024|Notícias|0 Comentários

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