RECIFE NO FIO DO PASSO
No começo era assim.
Um povoado de pescadores em volta de uma igrejinha,
na ribeira do mar dos arrecifes dos navios,
Duzentas almas e quarenta quintais.
De lá pra cá,
crescemos tanto que encurtamos o mar.
O mangue virou solo firme e a cidade se espalhou morro acima
pretensiosamente, em direção ao céu.
Hoje somos mais de um milhão e meio de almas.
Depois de quase meio milénio
De uma historia recheada de lutas,
algumas gloriosas, outras inglórias
temos um bocado a comemorar.
Construímos pontes, portos, mercados, palácios, ruas,
teatros, avenidas, canais, praças, fortes,
igrejas, shopping centers e museus.
Cavamos cacimbas, demolimos becos e igrejas,
Canalizamos água, instalamos luz eléctrica e redes de fibra óptica.
Fizemos festas, poesias e revoluções memoráveis.
Inventamos o frevo, o maracatu, o bolo souza Leão e o mangue beat.
Com inspiração e muita transpiração,
o RECIFE caminha em ritmo de frevo,
ou de maracatu
sem perder o fio do passo.
(Betânia Corrêa)
Deixar Um Comentário