Achados arqueológicos, pinturas e documentos ainda inéditos para o público, e que contam a história do edifício, ficarão expostos por um ano
Em quase 400 anos de existência, o Forte das Cinco foi base para navegadores, depósito, prisão e quartel militar. Desde 1982 é o Museu da Cidade do Recife e, em breve, pode se tornar patrimônio cultural mundial da humanidade. A exposição “Cinco Pontas” celebrar a indicação do forte ao posto oferecido pela Unesco.
“A intenção da exposição é mostrar para o recifense a importância desse edifício como patrimônio histórico, simbólico e físico da Cidade”, explicou Betânia Correa de Araújo, diretora do museu. Além disso, marca o início do Projeto de Educação e Patrimônio Compartilhado, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que estimula a interação entre alunos de escolas da rede pública e as fortificações que pleiteiam o título: Orange em Itamaracá, Brum e Cinco Pontas, no Recife. “Para isso, utilizamos uma metodologia desenvolvida pelo Iphan, que leva em consideração as experiências afetivas de cada indivíduo”.
As instalações passeia por épocas contando o papel da edificação em diversos momentos históricos da capital pernambucana. Na primeira etapa, monstros marinhos, encontrados nas cartografias e azulejos do século XVI, evocam os medos dos homens do mar no período das navegações. Gravuras do período holandês, quando a Europa pouco sabia sobre as terras de cá, mostram como os estrangeiros enxergavam o Recife. Duas belíssimas telas de Baltazar da Câmara e Murillo La Greca também compõem o acervo, bem como desenhos de Frans Post, mapas históricos, fotografias, textos, achados arqueológicos feitos no interior do prédio (balas, cachimbos, conchas) e objetos de demolição da Igreja dos Martírios.
A exposição ainda conta com animações, imagens atuais do Forte das Cinco Pontas sob um ponto de vista ainda pouco explorado da arquitetura do edifício (feitas com ajuda de um drone) e vídeo-aulas, gravadas com o arqueólogo Ulisses Pernambucano, o professor e arquiteto Pedro Valadares e o arquiteto e urbanista José Mota Meneses.
Indicação da Unesco
O Forte das Cinco Pontas, junto com o do Brum e o Orange, é candidato a patrimônio cultural mundial da humanidade. A candidatura desses três fortes localizados em Pernambuco integra o conjunto de 19 fortificações brasileiras que pleiteia título, dado pela Unesco. Além das edificações de Pernambuco, há também do Amapá, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. “É uma seleção de 19 monumentos representativos das construções defensivas implantadas no território brasileiro, nos pontos que serviram para definir as fronteiras marítimas e fluviais que resultaram no maior País da América Latina”, define o Iphan.
É uma daquelas coisas que levam nossa autoestima lá pra cima. Parabéns para nós recifenses e pernambucano e, principalmente, para os que fazem o Museu da Cidade do Recife
[…] lugar que (re)conheci foi o Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas, por onde passava quase diariamente, mas só entrei em passeios de […]