Os alunos da Escola Municipal Poeta Solano Trindade, localizada próximo ao Sitio de Pai Adão, em Água Fria, são os convidados para participarem do segundo encontro Nagô que acontecerá no próximo dia 13 de dezembro, manhã e tarde,no Museu da Cidade do Recife. Os estudantes participarão de contação de histórias sobre o Sítio e a cultura Nagô com a professora Adélia Oliveira, além de uma visita às instalações para que conheçam toda a mostra. Para a professora, a presença dos alunos no local é uma oportunidade de sensibilizar quanto à necessidade de respeitar a cultura afro: “O momento no Museu será uma experiência ímpar na vida desses alunos, que poderão conhecer e vivenciar de perto a história do Sitio de Pai Adão de forma didática, contribuindo para preservação da cultura Nagô”, enfatiza Adélia.
A programação faz parte da exposição “Recife Nagô – Imagens e histórias do Ilê Oba Ogunté por Manoel Papai, Mateus Sá e Pierre Verger” que está em cartaz no Museu da Cidade do Recife, até o dia 31 de janeiro, e reforçar a importância social, histórica, cultural e patrimonial da mais antiga comunidade-terreiro do xangô pernambucano, que é o Ilê Obá Ogunté, popularmente conhecido como Sítio de Pai Adão, localizado no bairro de Água Fria, na cidade do Recife.
No local, o público poderá conferir 50 imagens, em cores, do fotógrafo e artista visual pernambucano Mateus Sá, com fotos inéditas da Festa de Yemanjá 2022. 12 fotografias pioneiras, em preto e branco, do fotógrafo francês Pierre Verger, datadas de 1947. Nesse período, Verger passou vários meses no estado de Pernambuco, fotografando a cultura popular e incluindo fotos de cultos religiosos, dentre as quais, as realizadas no Ilê Obá Ogunté, sendo considerados os primeiros registros fotográficos do Sítio de Pai Adão. Além de conhecerem a instalação “Águas de Yemanjá”, da artista plástica Thiana Santos, em homenagem ao orixá fundador das tradições Nagô no Recife. A riqueza da história do Sítio é contada no minilivro ilustrado “Águas de axé”, de Raul Lody, que será distribuído gratuitamente aos visitantes.
A exposição também exibe imagens do dia em que o terreiro foi tombado com a presença de Manoel Papai, Tia Mãezinha, Waldemar Valente, Fernando Freyre, Francisco Bandeira de Melo e Raul Lody; livros sobre o Sítio de Pai Adão, como “Pessoas, coisas & animais”, de Gilberto Freyre, e “Enciclopédia negra: biografias afro-brasileiras”, de Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz. E, além das fotos e dos livros, os visitantes poderão assistir a um vídeo com trechos da entrevista de Manoel Papai para a Fundação Joaquim Nabuco, contando a história e a importância do Ilê Obá Ogunté – Sítio de Pai Adão para a cultura brasileira.
Para Augusto Lins Soares, que faz a curadoria da exposição junto com Raul Lody, os visitantes terão a oportunidade de vivenciar e conhecer a história do Sítio de várias maneiras. “Esta é uma exposição para ver, ler, ouvir, sentir, refletir. Foi concebida com conteúdos inéditos e iconográficos para celebrar o terreiro de xangô mais antigo de Pernambuco. As imagens em grande formato convidam o visitante a pedir licença e entrar na história centenária do Ilê Obá Ogunté – Sítio de Pai Adão, que tem papel fundamental na formação da cultura afro-brasileira”, relata Augusto.
Realização – A exposição “Recife Nagô – Imagens e histórias do Ilê Oba Ogunté por Manoel Papai, Mateus Sá e Pierre Verger”, está acontecendo no Museu da Cidade do Recife até o dia 31.01.24. Tem a curadoria de Augusto Lins Soares e Raul Lody, a realização da Janela Gestão de Projetos – Dida Maia e Fernanda Ferrario e conta com o incentivo cultural do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC)/ Fundação de Cultura Cidade do Recife / Secretaria de Cultura / Prefeitura da Cidade do Recife.
Serviço:
2º Encontro Nagô : Contação de histórias com Adélia Oliveira, da Palavraimagem
Dia: 13.12.2023
Horários: 10h e 15h
Local: Museu da Cidade do Recife
Público: Alunos da Escola Municipal Poeta Solano Trindade
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